Ciclo da Lua
César Magalhães Borges
Quem nunca se perdeu em pensamentos,ou escrevendo,olhando para a lua e apreciando-a?.
Nessa imagem esta representada a Carta Lunar,a representação dela é composta de : Verde,vermelho,violeta e azul = a primavera,o verão,o outono e o inverno como também,os elementos da natureza.
Lua nova : Verde
Lua crescente : Vermelho carmim
Lua Cheia : Violeta
Lua minguante : Azul
César Magalhães apresenta em seus poemas cósmicos,uma contemplação imensa a natureza,em todas as partes lunáticas de seu livro.
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Na lua nova apresenta a colheita da poesia,abrindo o baú astrológico com a poesia "Na trilha"
"A carreira do poeta
é solo
e muito chão
até chegar
ao alto
A colheita do poeta,
no instante
é pó
e aguá
muita aguá
e pó
até ser barro
construindo vida"
Acaba a Lua nova com a poesia "dados de sol"
"Uma brisa
incandescente
me deixa
a tua imagem
na luz
deste se pôr. "
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Começando a Lua crescente,César preenche as folhas com "Renovada",citando pássaros durante a estação.Logo após o poema "Trabalho"
"Na idade do cromo
os homens derretem:
Vou trabalhar com o quê?
Vou trabalhar para quem?
Vou trabalhar sem fim?
Vou trabalhar pra mim? "
Concluindo que o trabalho suado é abençoado,e digno pelo pão de cada manhã.
Também cita Buda ( Sidarta Gautama),relatando ao deus que ainda é cego perante tudo que o espirito vê.Pedindo lhe desculpas,e finalizando com um breve verso
"Me desculpe,Buda
desculpe e perdoe
Mas deus sabe
que sou ocidental.
Finaliza assim,com a poesia "Estação das Chuvas"
" O lavrador da boa semente
não precisa olhar para trás
para ver árvore
ou frutos,
sabe da obra do sempre
e,voltado para frente,
se põe a espalhar as sementes
que ainda tem nas mãos
As chuvas estão a caminho.
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Na Lua Cheia inicia com "Plantio", e logo após Cheia;Onde pede para a chuva que se vá,volte e se repita;Citando o amor,a paixão
"( O amor que é fogo se eterniza ) "
Logo após o poema "Garrafas no mar", um dos que mais gostei no livro.O autor fala sobre o universo,que vai além,e sobre um amor,(blues e serenata).
Noto que a desenvoltura do poema é maravilhosa,a métrica,e o consenso.
Finaliza a Lua cheia com Esperantos
" Muito se falou
de um futuro multirracial
sem contar que a miséria
acirraria os ódios,
cerraria os olhos
e apartaria as mãos"
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A ultima Lua do Clico é a Lua Minguante.Concluindo a 4°Fase,o autor relata a 4°Face,mergulhando após na magnifica "A bordo de tempos remotos" e muitas outras.
Realmente é uma aventura a Lua Minguante.Terminando com "Vilas",citando em seus versos,uma conclusão das fases,as mudanças,as metamorfoses poéticas aprofundada nesse paradoxo.
Ciclo da Lua
Tudo vem como um lampejo
e eu contemplo e beijo
a oportunidade de cantar,
vendo que a canção perdura
sobre o esporte dos reis,
o jogo dos mestres.
No rosto enrugado do mundo,
leio uma face jovem,lisa:
O passado
Passa por sobre si próprio
para se constituir presente
sempre.
Hoje a lua contempla e beija
as faces com seus miterios
Ciclo-círculo completo e belo,
lógico e indiferente á lógica,
ciência de mudanças
que nos fita
com um olhar imóvel
vendo que a canção perdura
sobre o esporte dos reis,
o jogo dos mestres.
Navegue por esse universo profundo,por cada fase da lua e de si próprio.Sendo assim,cada lua uma face, um esboço de nossas próprias mudanças contínuas.Somos uma metamorfose,somos a evolução,a lua o feto da poesia,a paixão dos poetas! A primavera,verão,o outono e o inverno,traduzidos em sentimentos.
Ciclos da lua? Ou ciclos de nós?
Que tal lermos tudo de novo?
Feliz daquele que fala do universo com versos.
Gilberto Sorbini.